Muitos são os livros que falam sobre tráfico, crime organizado e cartéis de drogas que operam no México, porém poucos criam um ambiante cheio de violência e da intimidação que esse cartéis causam sobrem as pessoas, cartéis inimigos e autoridades como em Salvagens de Winslow. Misturado a isso temos um cenário que beira uma guerra civil entre cartéis rivais e suas ramificações além do território mexicano, sendo mais específico: traficantes mexicanos dominam também regiões que fazem fronteira com os EUA e é nesse cenário que Don Winslow nos apresenta a três jovens amigos americanos Ben, o cara que desenvolve variedades de erva que causam os mais variados efeitos e envolvido com causas humanitarias, tendo trabalhado em várias partes da África como voluntário; Chon, o cara durão ex-fuzileiro que lutou no Afeganistão; e O. (Ophelia) a jovem que nunca soube o que fazer da vida além de conviver com as paranoias da mãe.
Sem mais enrolação aqui vem o resumo da história Ben e Chon tavam de boas vendendo sua maconha pela cidade e ficam sabendo que outros traficantes estão recebendo uma proposta para se unir Cartel de Baja através de um vídeo explicativo sobre a proposta. O acordo é simples, Ben e Chon passam a trabalhar para o cartel e tem suas vidas poupadas, para ser mais convincente o vídeo contém a decapitação de pessoas que recusaram a oferta.
Vocês devem imaginar que Ben e Chon não receberam muito bem a proposta e que nesse momento O. é só a amiga/namorada da dupla. Eles vivem uma relação a três sem qualquer tipo de problema, O. gosta Ben e Chon, Ben e Chon gostam e O., Ben e Chon são como irmãos. As coisas mudam quando os caras do cartel, após algumas reuniões sem sucesso, investigam mais a fundo a vida dos dois e descobrem que eles tem Ophelia. A partir disso deixarei a imaginação dos senhores deduzir o que acontece e já adianto que é tudo surpreendente.
A maneira como Winslow escreve é sensacional, mesclando muito bem ação quebrada por um humor que ao mesmo tempo faz uma critica a parte da sociedade que sobrevive a base autoajuda, boas doses de dramas familiares e a guerra pelo poder. Tudo isso sem poupar o leitor da crueldade dos homens, afinal o que esperar de um livro que já começa com um "Foda-se!"?
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