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Ruby – Cynthia Bond


Hoje vamos falar sobre Ruby Bell a protagonista da história contada por Cynthia Bond, que nos leva aos Estados Unidos poucos anos após o fim da guerra civil para refletir sobre questões humanas, éticas e religiosas. Continue lendo para saber como tudo isso é misturado e influenciado pela dureza e o sobrenatural.

Sinopse:
A jovem e bela Ruby Bell passou por sofrimentos inimagináveis durante a infância e a adolescência, e, assim que surge uma oportunidade, decide fugir de sua sufocante cidade natal no Texas para a vibrante Nova York dos anos 1950. No entanto, não consegue escapar dos fantasmas do passado.
Mais de uma década depois, quando um telegrama urgente a faz voltar para casa, ela é forçada a reviver fatos perturbadores e a reencontrar os personagens que definiram os primeiros anos de sua vida, esforçando-se para manter a sanidade em meio a lembranças sombrias.
Com uma prosa refinada, Cynthia Bond afirma seu lugar entre as vozes mais impactantes da ficção literária contemporânea e constrói uma história transformadora — ao mesmo tempo um retrato cruel do que o ser humano é capaz e uma demonstração da força transcendente do amor. Uma obra marcante sobre a luta feminina, finalista do Baileys Women’s Prize.

A história de Ruby Bell retrata não só a própria vida, mas a de varias mulheres negras que viveram na época em que é contada e alguns comportamentos e atitudes vindos de muito antes que perduram até hoje. Contada de uma maneira que alterna entre o passado e o presente de Ruby e Ephram Jennings a autora vai aos poucos revelando pontos chave e como esses pontos se ligam nos levando a entender o contexto em que nos deparamos com os personagens no inicio da história. Com presença forte de crenças cristãs outros temas sobrenaturais são introduzidos para explicar comportamentos de personagens que acabam influenciando tando a vida de Ruby quanto a de Ephram.

A PARTIR DAQUI O TEXTO PODE CONTER SPOILERS, PULE PARA O FINAL!

O livro retrata bem mais a vida de Ephram que a de Ruby, a ela cabem os momentos de maiores descobertas e crueldade onde a mesma ou alguém próximo está presente, a crueldade vem tanto de brancos, representados pela Klux, quanto de negros por visões diferentes, porém sempre por subjugar pessoas e principalmente mulheres negras. Seja a Klux julgando os negros de acordo com o que eles acreditam ou os negros se comportando da mesma maneira dentro de uma ótica moralista cristã imposta pelos brancos. É quando você percebe que o discurso de Malcon X usado por Beyoncé no Lemonade ainda faz todo sentido e foi usado pela cantora em um momento bastante oportuno, inclusive no Brasil.
A pessoa mais desrespeitada nos Estados Unidos é a mulher negra.
A pessoa mais desprotegida nos Estados Unidos é a mulher negra.
A pessoa mais negligenciada nos Estados Unidos é a mulher negra.
Ruby Bell lida com julgamentos de uma comunidade que conhece o passado de sua família, tornando-a culpada por algo que estava além do que ela poderia entender quando ainda era uma criança, somado a culpa natural atribuída à mulher que é qualquer deslize moral dos homens. Ephram tenta resgata-la enquanto lida com os próprios fantasmas e segredos de família, tão cruéis quanto os de tantas outras famílias cristãs onde o homem é visto como ser dominante e inquestionável. O resultado disso é uma sociedade negra que mesmo oprimida assume a postura de seus opressores tornando-se tão ou mais tóxica e barbara do que aqueles que a trata como sem valor algum e que não difere muito do que acontece em tempos atuais.

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